quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Assista: saiba como é feito o alimento que é tão condenado quanto o cigarro

Atribui-se frequentemente - e provavelmente injustamente - ao chanceler alemão Bismarck a observação de que as salsichas e as leis deixam de inspirar respeito quando se sabe como elas são fabricadas. No caso das salsichas de cachorro-quente, pode-se começar com o fato de que elas recebem sobras - gordura, pele, cartilagem - da produção de outros itens de carne.

Relatório divulgado ontem pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ano passado classifica alimentos processados como bacon, hambúrguer e salsicha como cancerígenos para os seres humanos e são tão condenados por especialistas e médicos quanto o cigarro.

Como é feita a salsicha
Primeiro, essas sobras são pré-cozidas, o que ajuda a eliminar as bactérias que podem ter aparecido durante o processo de abate.

Isso facilita o manuseio dessas sobras, pois ajuda a separá-las umas das outras. As temperaturas usadas nesse processo costumam variar entre 65ºC e 90ºC, dependendo de que animais e que sobras estejam sendo usadas.

No caso da maior parte das salsichas de cachorro-quente, as aparas de carne - as sobras mencionadas anteriormente - passam por um moedor e recebem o acréscimo de sobras moídas de carne de galinha (quando for o caso), amido, sal, água, produtos para dar sabor que variam dependendo dos gostos do mercado em que a salsicha vá ser consumida e algum produto adoçante.

A massa resultante é misturada e recebe mais água para deixar a salsicha mais suculenta. Depois disso, ela passa por uma máquina que lhe dá a consistência de um purê e tem o ar aspirado para fora dela. A carne então é bombeada para invólucros (geralmente de celulose, mas o intestino higienizado e processado de um animal também pode ser como invólucro natural), formando cadeias de salsichas que são enviadas por um tipo de linha de montagem para um aparelho de defumação para cozimento (nessa parte do processo, fumaça de madeira de lei é usada, às vezes, para dar sabor à carne).

As salsichas então recebem um banho de água fria e salgada em preparação para serem embaladas. Depois disso, os invólucros de celulose (se foi usado um invólucro natural, ele permanece) são retirados por uma máquina e um fiscal confere se a retirada foi completa e se não há imperfeições no produto. Por fim, as salsichas são agrupadas por um aparelho para o empacotamento.

Danos da salsicha
A Sociedade Americana do Câncer informa que o alto consumo de carnes processadas (como as salsichas, por exemplo) está associado a um aumento no risco de desenvolver câncer de cólon. A ONG Comitê de Médicos para uma Medicina Responsável vai mais longe e afirma que o consumo da carne de cachorro-quente é um risco tão grande para a saúde quanto o fumo.

É bom ter em mente que o grupo, cuja sigla em inglês é PCRM, defende uma alimentação baseada em vegetais, fez campanhas contra o uso de animais nas pesquisas e ensino médico, e defende que as escolas americanas adotem almoços vegetarianos. Ele já foi censurado pela Associação Médica Americana pelo que esta acredita ser distorção e obscurecimento da importância que os animais têm para o ensino empara a pesquisa.

A AMA também já criticou algumas das posições do PCRM quanto à nutrição (como recomendar evitar leite, por exemplo). Um vice-presidente da AMA disse que se trata de vegetarianos pressionando por uma agenda vegetariana independentemente dos fatos.

Dito tudo isso, as salsichas de cachorro-quente não são a opção alimentar mais saudável que existe (para começo de conversa, elas tem bastante sódio), mas o consenso do meio médico é o de que elas podem ser consumidas ocasionalmente. Como em outros casos envolvendo alimentação, a palavra-chave aqui é moderação.

Vídeo (em inglês):