Devido ao seu tamanho minúsculo (por volta de um terço de milímetro), esses seres, que são pertencentes ao filo dos artrópodes, conseguem, nas ocasiões em que deixam os pelos, passear pela pele do hospedeiro sem ser detectados, o que é mais comum à noite, causando um verdadeiro cenário de pesadelo.
Esses ácaros depositam seus ovos nas glândulas sebáceas (produtoras de sebo) ou nas aberturas dos folículos pilares dos humanos que os hospedam. Um folículo piloso é, segundo o doutor Sandro Salanitri, especialista em implante capilar, uma estrutura que se compõe de um fio do pelo, glândula sudorípara (produtora de suor) ou sebácea, músculo piro-eretor (também chamado músculo eretor de pelo) e alguns outros órgãos.
Membros da espécie Demodex folliculorum e da espécie Demodex brevis são costumeiramente encontrados em seres humanos. Acredita-se que eles são mais comuns nos idosos: dois terços dos idosos, metade dos adultos e um terço das crianças e jovens adultos, segundo estimativas, carregam-nos.
Uma pesquisa feita no estado americano da Carolina do Norte sugere que essas estimativas, na verdade, subestimem a presença do ser: em todos maiores de dezoito anos que participaram, foi possível achar os seres.
Contudo, a pequena amostragem de voluntários e a concentração geográfica deixa dúvidas quanto à representatividade da experiência.
Felizmente, a presença desse tipo de ácaro costuma ser inofensiva, não causando sintomas, embora, em pessoas com o sistema imunológico fragilizado, a proliferação descontrolada desses ácaros possa causar um problema chamado demodicose (coceira, inchaço e vermelhidão na região afetada estão entre os sintomas mais comuns do mal). Blefarite (inflamação não-contagiosa das pálpebras que costuma causar ardência e coceira) é outra condição que também pode ser causada por tais seres.
Uma terceira espécie de ácaro pertencente ao gênero Demodex é a Demodex canis, cujo hospedeiro natural é o cachorro. Seres pertencentes a essa espécie até podem contaminar humanos que entram em contato com cachorros contaminados, mas não conseguem sobreviver no corpo humano por muito tempo.
